quinta-feira, 22 de março de 2012

Desigual

Todo dia me alimento com um pouco de ódio.
Com um pouco de desesperança.
Um pouco de nada.

Todo dia lembro que o dia será igual.
Que será um dia normal.
Igual a ontem, e a amanhã.

Todo o sempre, sempre parece ser.
Sempre sem se perder.
Sem sonhar.

Toda a vida parece a mesma.
A mesma paisagem.
As mesmas coxas.
O mesmo eu.

To cansado de existir igual.
De respeitar sempre as mesmas coisas.

To cansado dessa fase de merda que não passa nunca.
Dessa dor que não sai e nem seca.
Só aperta e aguda.

Daqui pra frente tudo será desigual.

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